Pulseira em Macramé "Maria" e... ...a minha evolução na Arte dos Nós

Regra geral, os meus trabalhos são produzidos no meu atelier/oficina (vulgo: o cantinho físico do Ideias, preparado por mim e pelo Mô, há uns anos. Falei dele aqui).

No entanto, nestes últimos meses, tenho passado muito mais tempo na nossa sala e sempre com um trabalhinho em mãos. Projetos pequenos que, pela sua natureza, não produzem resíduos durante a produção.

Estou a falar dos meus macramés, e exemplo disso é esta pulseira...

Pretendo fazer um painel para a cabeceira da nossa cama. Trabalho grande e ambicioso! Por um lado, tenho pressa, ansiedade mesmo, de meter as mãos nos fios e começar o trabalho. Por outro lado, tenho a consciência de que é um trabalho complexo e ainda não estou preparada para tal empreitada.

A acrescer a esta minha consciência, há o facto de as lojas ainda não estarem a 100%. Terei de comprar fios específicos, mas quero vê-los, senti-los... Perto de mim existe uma fábrica e loja da especialidade mas não estão abertos ao sábado. Se estivessem, já lá teria ido e, com certeza, teria perdido a cabeça. Seria precipitação porque, como disse acima, não me sinto preparada para uma empreitada destas e iria comprar os fios errados, nas quantidades erradas. Melhores dias virão e hei-de ter a oportunidade de ir lá fazer uma visita e, aí sim, perderei a cabeça, mas com ela em cima dos ombros! - Há que ver o lado positivo!

Já assisti a alguns workshops e lives. Estou na fase em que os conteúdos destas ferramentas já não me ensinam nada de novo. São muito repetitivos e não exploram as questões mais pertinentes para quem quer evoluir. Foram muito úteis no início mas não me permitirão avançar mais.
Os tutoriais da internet também já não me são úteis. Só os visualizo quando tenho uma dúvida mais específica de como iniciar ou finalizar o trabalho e não quero perder tempo a pensar. Quando estou disposta a pensar, olhando para uma imagem e/ou rabiscando no meu caderninho, consigo perceber as voltas que tenho de dar aos fios para obter o resultado desejado.
O próximo passo seria um curso. Dizem por aí que o macramé está na moda e existe, neste momento, um boom de cursos online, lecionados por "macrameiras" de todo o mundo. Sendo a oferta muito grande e diversificada, fica difícil a escolha!

Entretanto, vou fazendo experiências com fios finos (os que vou encontrando nas lojas cá da terrinha). Projetos pequenos que me darão ferramentas para, espero eu, dar o salto e fazer o meu painel de cabeceira.

Claro que as ideias já estão todas inventadas e o que eu vou fazendo é misturando nós, cores e texturas, experimentando combinações, variações e novas aplicações. Não pretendo, de forma alguma, fazer cópias de outros trabalhos, e vou aplicando as minhas habilidades e inspiração para criar coisas novas e inovadoras. Como aconteceu com os meus frascos: o revestimento do gargalo é completamente diferente do que se vê por aí. O trabalho também é todo produzido diretamente no próprio frasco, o que permite o perfeito ajuste da "roupa" ao "corpo". Esta prática não é muito comum e nem sempre a "roupa" assenta como deveria. 

Durante o processo, muitas vezes tenho de alterar o "caminho" pois não está a resultar. Ato e desato inúmeras vezes até sair como idealizei. Já me aconteceu de desmanchar um trabalho inteiro e voltar ao início!!! E, acreditem, desmanchar macramé não é como desmanchar croché ou malha. Nestes dois últimos tiramos a agulha, puxamos o fio e... já está. No macramé temos de desmanchar desatando nó por nó. Imaginem o que é desmanchar um trabalho que já conta com cerca de 600 nós!!! Mas não fico incomodada nem desmotivada, pois, com estes percalços, já aprendi mais do que em todos os workshops, lives e tutoriais que assisti.

Estas experiências, estes projetos, são realizados durante curtos períodos dos meus serões e, por norma, estendem-se por vários dias. Vou fazendo e tomando apontamentos do evoluir ou recuar do processo e acabo por não fazer reportagem fotográfica, daí só ter fotografias dos trabalhos acabados para mostrar.

Apesar do desenrolar do trabalho ser lento, já tenho alguns trabalhos feitos que vou espalhando pela casa e/ou usando no dia a dia. A Filhota também já foi bafejada pela sorte e ganhou duas peças para completar os seus outfits.

Nenhum destes projetos surgiu do nada. Todos tiveram a sua razão de ser ou existir e têm a sua história.
É o caso da Pulseira "Maria", que foi um pedido da Filhota para presentear a melhor amiga.

➤ Não consegui fazer igual à foto que ela me mostrou porque o fio não tem a espessura adequada e também não é o mais indicado para este tipo de trabalho. O indicado seria um fio mais fino e encerado. Usei um fio de 1 mm, de algodão.
➤ Esta inadequação do fio também teve consequências na hora de aplicar as contas, que tinham uma entrada muito estreita. Recorrendo a alguns estratagemas, consegui incluir as contas no trabalho, mas a posição de entrada é diferente da aconselhada, logo, o aspeto final ficou algo diferente.
➤ Na imagem de onde tiramos a ideia desta pulseira não era possível ver o início e o fim, ou seja, como iria a mesma fechar no pulso. Socorri-me das minhas lembranças de miúda (quando fazia pulseiras em macramé) e finalizei a meu gosto. 

➤ Apesar de todas as diferenças, a Filhota gostou do presente. Quanto a mim, acho que poderia ter ficado bem mais bonito e elegante se o fio fosse o adequado. Valeu pela experiência e pela prática do Nó Festoné...

Para não me estender mais (pois já vai longa a conversa), hoje fico-me por aqui, e na próxima publicação trarei 2 mini painéis e a sua história.

Até lá e... Boas Ideias!